Você já ouviu falar dos
bandeirantes? Eram homens que levavam uma vida de aventura, penetrando nas
matas à procura de ouro e pedras preciosas. Neste livro você vai conhecer de
perto a vida desses aventureiros, acompanhar a história do jovem Antônio
Castanho, que resolve tomar parte de uma bandeira em minas de Potosi, no
interior da Bolívia. Tudo por causa da decepção com a mulher que ama. Episódios
de muita ação se apresentam em todas as páginas de Coração de Onça, uma
expedição espetacular com contatos nem sempre amistosos com os índios e ataques
de animais selvagens.
Alguns trechos do livro:
“Andarei mil léguas no mundo com
tua imagem no coração”. p. 13
“Mas naquela manhã estava
decidido: declarar-se-ia!... E chicoteava o cavalo para fugir de sua vergonha.
Mas esta seguia com ele, escanchada na garupa...”. p. 18
“E Antônio saiu a passos firmes,
batendo a chibata na bota de cordovão e caminhando ao encontro de Mafaldo, o
mestiço”. p. 29
“Sabina olhou para Mafaldo com
maior desconfiança, puxou Antônio para o lado e cochichou-lhe:
— Vieram fazer testamento do
senhor seu pai...”. p. 30
“Em conseqüência da falta de
papel, eu, Diogo de Lara e Morais, escrivão da bandeira, encerro aqui este
diário sobre a jornada que o capitão Luís Castanho de Almeida emprendeu ao Mato
Grosso dos goiás, no dia 10 de outubro do ano de 1671, e que Deus Nosso Senhor
há de levar a bom termo”. p. 45
“Na noite desse dia, a bandeira,
que se embenhara na selva sob o comando de Luís Castanho, ia dormir, pela primeira
vez, em pleno sertão de Anicuns”. p. 50
“Só Antônio, dentro do rancho,
não participava da alegria coletiva. Joaquim, que se esforçava sempre por
fazer-lhe companhia, o animava, dizendo:
— Fale com o pai agora”. p. 55
“Quando, na claridade do dia, os
atacantes derem uma trégua, me sepultem no terreiro numa sepultura bem rasa...
e então...”. p. 63
“... — Cubram minha sepultura com
brasas... O fogo contínuo, aplicado em cima, é necessário para consumir minhas
carnes...”. p. 63
“— Depois de vinte dias...
desenterrem... limpem e lavem meus ossos... embrulhem num lençol... e levem
para Parnaíba para serem enterrados... no jazigo... ao pé ... do altar da
Senhora... do Rosário... Prometem?” p. 64
“E, como sempre, a imagem de
Luzia caminhava com ele. No seu coração tempestuoso, os sentimentos se
alternavam, instantâneos e freqüentes como relâmpagos”. p. 91
“Antônio Castanho estava aturdido
com os pregões e deslumbrado com o esplendor oriental daquela feira. Eram odres
de azeite, surrões de mel, fangas de trigo, cabaças de chicha, botijas de
vinho, peles de alpaca, vicunha, chinchila, gaiolas com pássaros de vistosas
plumagens, galinhas, cordeiros...”. p. 105-106
“— Não se pode saber se não há
indicação. O chão da igreja é todo um só tumulo, de tantos jazidos...”. p. 108
“... — É prata derretida?
Gregório soltou uma gargalhada.
— É azougue, ó homem! Não sabia
que este metal é líquido? — Não sabia! Respondeu Antônio, sem se cansar de dar
palmadas no mercúrio”. p. 111
“Antônio Castanho, porém, não
desmentiu, nem um só momento, sua fibra de bandeirante que não media tempo nem
espaço nem sacrifício em sua empreitada”. p. 117
“A lembrança de Luzia Mendonça
ainda seria bastante para afastar de seu coração qualquer outra imagem?!” p.
119
“Examinou a pedra escura de
minério de prata, conhecida pelo nome de tacana
e, erguendo o braço, exclamou:
— Tacana! Tacana! Tacana!” p. 127
“No fim da festa, Antônio
Castanho comunicou a Viegas o seu propósito de regressar a Parnaíba. Gregório
empalideceu, ouvindo a comunicação”. p. 133
“Sou Luzia Mendonça, sim, filha
de Luzia Mendonça e Timóteo Leme...”. p. 137
“Confiante, Luzia aninhou-se,
então, em seus braços vigorosos como num refúgio há longo tempo sonhado,
enquanto Antônio, num transbordo de ternura, compreendia, pela primeira vez, o
motivo porque acabara cedendo ao impulso de adquirir o vestido de veludo...”.
p. 143
Referência: FONTES,
Ofélia; FONTES, Narbal. Coração de onça. 9. ed. São Paulo: Àtica, 1994.
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