quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Coração de Onça






Você já ouviu falar dos bandeirantes? Eram homens que levavam uma vida de aventura, penetrando nas matas à procura de ouro e pedras preciosas. Neste livro você vai conhecer de perto a vida desses aventureiros, acompanhar a história do jovem Antônio Castanho, que resolve tomar parte de uma bandeira em minas de Potosi, no interior da Bolívia. Tudo por causa da decepção com a mulher que ama. Episódios de muita ação se apresentam em todas as páginas de Coração de Onça, uma expedição espetacular com contatos nem sempre amistosos com os índios e ataques de animais selvagens.


Alguns trechos do livro:


“Andarei mil léguas no mundo com tua imagem no coração”. p. 13

“Mas naquela manhã estava decidido: declarar-se-ia!... E chicoteava o cavalo para fugir de sua vergonha. Mas esta seguia com ele, escanchada na garupa...”. p. 18

“E Antônio saiu a passos firmes, batendo a chibata na bota de cordovão e caminhando ao encontro de Mafaldo, o mestiço”. p. 29

“Sabina olhou para Mafaldo com maior desconfiança, puxou Antônio para o lado e cochichou-lhe:
— Vieram fazer testamento do senhor seu pai...”. p. 30

“Em conseqüência da falta de papel, eu, Diogo de Lara e Morais, escrivão da bandeira, encerro aqui este diário sobre a jornada que o capitão Luís Castanho de Almeida emprendeu ao Mato Grosso dos goiás, no dia 10 de outubro do ano de 1671, e que Deus Nosso Senhor há de levar a bom termo”. p. 45

“Na noite desse dia, a bandeira, que se embenhara na selva sob o comando de Luís Castanho, ia dormir, pela primeira vez, em pleno sertão de Anicuns”.  p. 50

“Só Antônio, dentro do rancho, não participava da alegria coletiva. Joaquim, que se esforçava sempre por fazer-lhe companhia, o animava, dizendo:
— Fale com o pai agora”. p. 55

“Quando, na claridade do dia, os atacantes derem uma trégua, me sepultem no terreiro numa sepultura bem rasa... e então...”. p. 63 

“... — Cubram minha sepultura com brasas... O fogo contínuo, aplicado em cima, é necessário para consumir minhas carnes...”. p. 63

“— Depois de vinte dias... desenterrem... limpem e lavem meus ossos... embrulhem num lençol... e levem para Parnaíba para serem enterrados... no jazigo... ao pé ... do altar da Senhora... do Rosário... Prometem?” p. 64

“E, como sempre, a imagem de Luzia caminhava com ele. No seu coração tempestuoso, os sentimentos se alternavam, instantâneos e freqüentes como relâmpagos”. p. 91

“Antônio Castanho estava aturdido com os pregões e deslumbrado com o esplendor oriental daquela feira. Eram odres de azeite, surrões de mel, fangas de trigo, cabaças de chicha, botijas de vinho, peles de alpaca, vicunha, chinchila, gaiolas com pássaros de vistosas plumagens, galinhas, cordeiros...”. p. 105-106

“— Não se pode saber se não há indicação. O chão da igreja é todo um só tumulo, de tantos jazidos...”. p. 108

“... — É prata derretida? Gregório soltou uma gargalhada.
— É azougue, ó homem! Não sabia que este metal é líquido? — Não sabia! Respondeu Antônio, sem se cansar de dar palmadas no mercúrio”. p. 111

“Antônio Castanho, porém, não desmentiu, nem um só momento, sua fibra de bandeirante que não media tempo nem espaço nem sacrifício em sua empreitada”. p. 117

“A lembrança de Luzia Mendonça ainda seria bastante para afastar de seu coração qualquer outra imagem?!” p. 119 

“Examinou a pedra escura de minério de prata, conhecida pelo nome de tacana e, erguendo o braço, exclamou:
— Tacana! Tacana! Tacana!” p. 127

“No fim da festa, Antônio Castanho comunicou a Viegas o seu propósito de regressar a Parnaíba. Gregório empalideceu, ouvindo a comunicação”. p. 133

“Sou Luzia Mendonça, sim, filha de Luzia Mendonça e Timóteo Leme...”. p. 137
“Confiante, Luzia aninhou-se, então, em seus braços vigorosos como num refúgio há longo tempo sonhado, enquanto Antônio, num transbordo de ternura, compreendia, pela primeira vez, o motivo porque acabara cedendo ao impulso de adquirir o vestido de veludo...”. p. 143  

Referência: FONTES, Ofélia; FONTES, Narbal. Coração de onça. 9. ed. São Paulo: Àtica, 1994.


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